Opala faz 40 anos em meio à crise da GM

O Opala completou esta semana 40 anos de história. Um dos carros mais famosos da indústria automobilística nacional ainda é objeto de paixão de muitos colecionadores do país. Considerado um dos modelos mais luxuosos de sua época, o Opala sobreviveu por mais de duas décadas às turbulências da economia brasileira, à crise do petróleo até sucumbir com a abertura do mercado para os importados, no início dos anos 90, tendo quase 1 milhão de unidades produzidas.
O aniversário do “quarentão” Opala coincide com a mais série crise pela qual a General Motors atravessa no mundo. Ainda que a filial brasileira garanta estar imune aos problemas da GM dos Estados Unidos, o momento não é muito propício para festas.
“A idéia era fazer uma grande festa para o Opala no Museu da Tecnologia da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil, no Rio Grande do Sul), mas a crise atrapalhou”, explica Rogério De Simone, autor em parceria com Paulo César Sandler do livro “Opala – O carro que conquistou o Brasil” (Editora Alaúde).

O livro é resultado de dois anos de uma pesquisa intensa sobre a história do carro, conta a história da General Motors desde sua fundação, destaca os projetos que antecederam a chegada do Opala e todos os modelos do veículo que rodaram no país. Em entrevista ao G1, Rogério De Simone fala sobre a importância do Opala na história do automóvel no Brasil.
G1 – O Opala faz 40 anos no auge da crise mundial da GM. A empresa sabe como lidar com estes tempos difíceis? Rogério De Simone – A GM já passou por várias crises, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Teve a crise de 1929, que resultou na demissão de 60% dos funcionários no Brasil, a crise do petróleo nos anos 70, e a hiperinflação durante o governo do presidente José Sarney. A empresa sobreviveu a todas elas. Dizer que a GM pode quebrar é algo impensável.
G1 – O livro diz que o Opala teria vida útil de 8 ou 9 anos, e acabou sendo produzido por mais de 20 anos. Dá para dizer que a longevidade do Opala se deu graças às crises? De Simone – A crise ajudou o Opala a sobreviver por tanto tempo. Com a crise do petróleo, o consumidor passou a procurar um carro que gastasse menos combustível. O Opala tinha motores de quatro ou seis cilindros, mais econômicos que os concorrentes da época, como Simca, Maverick, Dodge Dart e Galaxie, que tinham motores V8 e eram mais ‘gastões’. Outra coisa que ajudou foi a proibição da importação de carros no Brasil nos anos 70 e 80. Quando o governo Collor abriu o mercado para os importados foi um golpe mortal para o Opala.
80. Quando o governo Collor abriu o mercado para os importados foi um golpe mortal para o Opala.

Fonte:
http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL870098-15635,00-OPALA+FAZ+ANOS+EM+MEIO+A+CRISE+DA+GM.html